O corretor Marco Antônio de Campos
Ziegert, que acompanhava Alberto Youssef em São Luís (MA) no dia em que o
doleiro foi preso, disse que teve como padrinho de casamento o
empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP).
Relatório da Polícia Federal revelado
pela Folha nesta semana mostra que Ziegert deixou na recepção do hotel
Luzeiros, no qual se hospedou com Youssef na capital maranhense, uma
caixa endereçada a Milton Braga Durans, assessor da Secretaria da Casa
Civil do Maranhão desde agosto de 2013, nomeado pela governadora Roseana
Sarney (PMDB).
No documento da PF não há descrição
sobre a profissão ou a ligação de Ziegert com Youssef, preso sob a
acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria
movimentado R$ 10 bilhões.
À Folha Ziegert afirmou que sua
ex-mulher, Liane, é do Maranhão e conviveu na juventude com Fernando:
“Eles tinham amizade na época de colégio. Fernando foi padrinho da parte
dela porque estudaram juntos, só isso. Nada mais do que isso”.
Ziegert diz que está separado há mais de 15 anos e que, desde então, não tem nenhum contato com o empresário.
Procurado, Fernando Sarney confirmou a
amizade de infância com Liane, ex-mulher do corretor, mas disse que
nunca estudaram juntos. Ele afirmou que conheceu Ziegert na juventude
por meio da antiga amiga: “Há muitos anos que eu não vejo o Marco, há
mais de 15, 20 anos”.
Sobre ter sido padrinho do casamento de
Ziegert, ele acrescentou: “Sabe que não me lembro? Eu acho que não. Eu
não me lembro, não. Faz muitos anos, eu acho que não fui padrinho, não.
Eu não sei te afirmar”.
De acordo com o relatório da PF, Ziegert
e Youssef chegaram juntos ao hotel Luzeiros, onde o doleiro foi detido
no dia 17 de março, na Operação Lava Jato. O relatório mostra que o
acompanhante do doleiro deixou uma caixa na recepção endereçada a Milton
Braga Durans.
Segundo Ziegert, foi Youssef quem pediu
para que a caixa fosse deixada na recepção para o assessor da Casa Civil
do Maranhão. Perguntado para quem ele deveria entregar a caixa,
respondeu: “Para ninguém, não. Não sei para quem era. Ele mandou eu
deixar no nome dessa pessoa”.
AMIZADE
Ziegert diz ser amigo de Alberto Youssef
há mais de 20 anos e afirma que ambos estavam em São Luís para tratar
de negócios envolvendo um terreno para a construção de um hotel.
Ele disse desconhecer qualquer
irregularidade nas atividades do doleiro: “Sabia lá atrás que ele tinha
tido uns negócios, mas ele falava sempre que nunca mais ia se meter
nisso”.
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